A evasão escolar é um desafio constante para instituições de ensino superior, especialmente quando ocorre por motivos financeiros. Segundo o Censo da Educação Superior de 2021, mais de 1,4 milhão de estudantes deixaram de concluir o ensino superior no Brasil, e uma das principais causas apontadas foi a falta de recursos para continuar os estudos. A alta taxa de evasão afeta tanto os alunos quanto as instituições, gerando perdas financeiras e de oportunidades educacionais. Neste artigo, vamos explorar como reduzir a evasão escolar por motivos financeiros, apresentando estratégias eficazes e dados que ajudam a entender a importância do combate a esse problema.
O impacto da evasão escolar nas instituições de ensino superior
A evasão escolar é uma das principais preocupações de gestores educacionais. Além de prejudicar a trajetória acadêmica dos alunos, ela impacta diretamente na sustentabilidade financeira das instituições. Cada aluno que abandona os estudos representa uma perda de receita, seja em mensalidades ou em custos de captação de novos alunos. Segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), a evasão custa às instituições de ensino privadas mais de R$ 11 bilhões por ano.
Estudos também indicam que a maioria dos alunos que abandonam seus cursos o fazem nos dois primeiros anos. O motivo financeiro é o mais citado, de acordo com uma pesquisa do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), que revela que 41% dos estudantes desistem porque não conseguem arcar com as mensalidades.
Estratégias para diminuir a evasão escolar por motivos financeiros
Diante dessa realidade, as instituições de ensino superior precisam adotar práticas que amenizem o impacto financeiro sobre os estudantes e, consequentemente, reduzam a taxa de evasão. A seguir, detalhamos algumas das estratégias mais eficazes para esse fim.
1. Ofereça mais opções de pagamento de mensalidades
Muitas vezes, o aluno não abandona o curso por falta de interesse, mas sim pela dificuldade de manter os pagamentos em dia. Ao oferecer mais opções de pagamento flexíveis, as instituições permitem que os alunos distribuam o valor das mensalidades ao longo do tempo, facilitando a continuidade dos estudos.
Soluções como a da Principia, por exemplo, permitem o pagamento das mensalidades em cartão de crédito, pix ou boleto e até mesmo parcelamento extra, ajudando os estudantes a equilibrar suas finanças. Além disso, essa opção diminui o impacto financeiro durante os estudos e aumenta a taxa de adimplência.
2. Desenvolva programas de bolsas de estudo e descontos
Outro fator importante na retenção de alunos é a concessão de bolsas de estudo e descontos para alunos em situação de vulnerabilidade financeira. Instituições que investem em programas de bolsas tendem a reduzir significativamente as taxas de evasão.
Estudos indicam que alunos que recebem algum tipo de benefício financeiro, como bolsas ou descontos, têm maior probabilidade de completar o curso. Um exemplo é o programa de bolsas do ProUni, que, desde sua criação, ajudou a aumentar a taxa de permanência no ensino superior privado, oferecendo oportunidades para estudantes de baixa renda.
3. Educação financeira para alunos e responsáveis
Uma das principais razões pelas quais os estudantes enfrentam dificuldades financeiras é a falta de planejamento. A inclusão de programas de educação financeira, tanto para os alunos quanto para seus responsáveis, pode ser uma solução eficaz. Ensinar os alunos a gerenciar suas finanças pessoais, planejar seus gastos e criar orçamentos pode ajudar a evitar o endividamento e o abandono do curso.
Ações como palestras, workshops e materiais didáticos sobre gestão financeira podem ser implementadas pela própria instituição, promovendo a conscientização dos alunos sobre a importância de uma boa gestão financeira.
4. Crie parcerias com instituições financeiras
Uma prática comum e eficaz é a parceria entre instituições de ensino e financeiras que oferecem crédito estudantil. Programas de financiamento que possuem taxas de juros acessíveis e prazos mais longos podem ajudar os alunos a custear seus estudos sem sobrecarregar suas finanças.
Essas parcerias podem incluir bancos, fintechs ou cooperativas de crédito que ofereçam condições mais vantajosas para estudantes. Um bom exemplo é o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), que já financiou a graduação de milhões de estudantes em todo o Brasil.
5. Suporte psicológico e aconselhamento acadêmico
Muitas vezes, a decisão de abandonar os estudos por questões financeiras também está relacionada à falta de suporte emocional. O estresse causado pela situação financeira pode impactar negativamente o desempenho acadêmico e aumentar o risco de desistência. Nesse sentido, oferecer apoio psicológico e aconselhamento acadêmico pode ajudar os alunos a superar esses desafios.
Instituições que oferecem serviços de aconselhamento, como acompanhamento psicológico ou programas de mentorias, conseguem reduzir a evasão ao abordar o problema de forma mais holística, considerando não apenas o aspecto financeiro, mas também o emocional e acadêmico.
6. Facilite o acesso a programas de estágio e empregabilidade
Outra forma de reduzir a evasão por motivos financeiros é facilitar o acesso dos alunos a programas de estágio e oportunidades de emprego. Instituições que possuem uma área dedicada ao desenvolvimento de carreira, oferecendo orientação profissional e conectando alunos a empresas parceiras, ajudam os estudantes a gerar renda durante os estudos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estudantes que conseguem trabalhar enquanto estudam têm uma maior taxa de conclusão dos cursos. Portanto, criar uma ponte entre os alunos e o mercado de trabalho é uma estratégia que beneficia tanto a instituição quanto o estudante.
Dados relevantes sobre evasão escolar e motivos financeiros
Para fundamentar as estratégias mencionadas, é importante entender o cenário da evasão escolar no Brasil e no mundo. A seguir, destacamos alguns dados de mercado que reforçam a importância de soluções financeiras para manter os alunos matriculados:
- Taxa de evasão no ensino superior privado
Segundo o Semesp, em 2022, a taxa de evasão no ensino superior privado foi de 27,2%. Entre os principais motivos estão as dificuldades financeiras, que afetam principalmente estudantes de cursos presenciais.
- Fatores econômicos
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) de 2021 revelou que 49,6% dos jovens entre 19 e 25 anos que não concluíram o ensino superior apontaram motivos econômicos como o principal fator para a desistência.
- Impacto da pandemia
A pandemia de COVID-19 agravou a situação financeira de muitas famílias, resultando em um aumento de 12% na evasão escolar no ensino superior em 2020, de acordo com a ABMES.
Conclusão
Diminuir a evasão escolar por motivos financeiros exige uma combinação de estratégias que vão desde o apoio financeiro direto, como bolsas e parcelamentos, até o suporte emocional e acadêmico. A chave para o sucesso dessas ações está na compreensão das necessidades dos alunos e na criação de soluções personalizadas e acessíveis. Instituições de ensino que adotam uma abordagem proativa para combater a evasão não apenas melhoram a retenção, mas também fortalecem sua reputação e aumentam suas receitas a longo prazo.
Adotar essas práticas pode ser o diferencial para garantir que mais estudantes concluam seus estudos e se tornem profissionais qualificados, beneficiando tanto os indivíduos quanto a sociedade como um todo.
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