Como aumentar a receita da sua instituição de ensino superior: transforme o potencial financeiro da sua IES
- Leticia Passos
- 16 de abr.
- 4 min de leitura

Você já se perguntou por que algumas instituições de ensino superior (IES) crescem consistentemente, mesmo em períodos de instabilidade econômica, enquanto outras lutam para manter a sustentabilidade financeira?
Neste post, vamos explorar estratégias práticas para aumentar a receita da sua instituição de ensino superior, com base em dados de mercado e boas práticas adotadas por líderes educacionais do Brasil e do mundo.
Por que é tão importante repensar o modelo de receita da sua IES?
Nos últimos anos, o cenário da educação passou por transformações aceleradas: ensino híbrido, aumento da concorrência entre faculdades, crescimento dos cursos livres e mudanças no perfil dos estudantes. O comportamento do aluno mudou — e isso exige novas estratégias.
Se antes a receita da instituição dependia quase exclusivamente das mensalidades, hoje é necessário diversificar as fontes de renda e trabalhar com mais inteligência financeira. O objetivo não é apenas cortar custos, mas criar modelos sustentáveis, com margem de lucro e boa experiência para o aluno.
Quais são as principais estratégias para aumentar a receita da sua instituição de ensino superior?
A seguir, vamos responder às perguntas mais comuns de gestores e mantenedores que desejam aumentar a receita da sua instituição de ensino superior, de forma prática e estruturada.
1. É possível diversificar a receita sem perder o foco educacional?
Sim. E mais do que possível, é necessário.
Diversificação de receita não significa desviar do propósito da educação, mas sim criar novas formas de gerar valor dentro do ecossistema acadêmico. Segundo o relatório EduTrends 2023, instituições que criaram ao menos três canais de receita além das mensalidades tradicionais apresentaram crescimento médio de 18% na receita anual.
Exemplos de diversificação:
Cursos livres, oficinas e bootcamps abertos ao público.
Aluguel de espaços da IES para eventos externos.
Serviços de consultoria ou pesquisa para empresas.
Programas corporativos de capacitação.
Venda de conteúdo educacional em marketplaces.
2. Como os cursos livres podem impulsionar a receita?
Os cursos livres têm grande potencial, principalmente por permitirem captação rápida de alunos e oferta flexível. Além disso, não exigem os mesmos níveis de regulação dos cursos de graduação ou pós.
A ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) apontou que o mercado de cursos livres movimentou cerca de R$ 2,5 bilhões em 2023, com crescimento estimado de 12% ao ano. Instituições que estruturam bem esses produtos podem ter margens de lucro superiores a 40%.
Dica prática: crie uma trilha de cursos rápidos que leve o aluno a uma graduação ou pós. Essa estratégia aumenta o LTV (Lifetime Value) do aluno e reduz o custo de aquisição.
3. Investir em tecnologia ajuda mesmo a aumentar a receita da sua instituição de ensino superior?
Sem dúvida.
A tecnologia educacional não apenas otimiza custos operacionais, como também permite escalar a receita. Plataformas EAD, CRMs acadêmicos, ferramentas de automação de cobrança e análise de dados melhoram a experiência do aluno e tornam a gestão financeira mais estratégica.
Segundo o Panorama do Ensino Superior da Educa Insights, instituições que investiram em digitalização da jornada do aluno tiveram aumento médio de 22% na retenção e 16% na receita bruta no ciclo de 12 meses.
4. E quanto à retenção de alunos? Qual o impacto financeiro?
A evasão escolar é uma das maiores causas de perda de receita no ensino superior.
De acordo com um estudo do Semesp, cerca de 30% dos alunos abandonam o curso nos dois primeiros anos. Isso representa uma perda financeira gigantesca. Basta imaginar: se sua IES tem 1.000 alunos e perde 300, são centenas de mensalidades que deixam de entrar no caixa.
Melhorar a retenção pode ser mais barato do que captar novos alunos. Estratégias como mentoria acadêmica, canais de suporte ativo e trilhas personalizadas reduzem o abandono e aumentam o ticket médio por aluno ao longo dos semestres.
5. Preciso investir muito em marketing para crescer?
Não necessariamente.
O marketing educacional inteligente está cada vez mais baseado em dados e automação. Estratégias de inbound marketing, redes sociais, SEO e parcerias com influenciadores locais oferecem retorno de médio prazo com custos mais baixos.
Além disso, o uso de dados de CRM e funis de conversão permite entender quais campanhas trazem alunos mais fiéis — e não apenas leads curiosos.
Segundo o relatório State of Marketing in Education (HubSpot, 2023), instituições com estratégias de inbound bem estruturadas reduziram o CAC (custo de aquisição por aluno) em até 35% e aumentaram o engajamento em 41%.
6. Como usar dados para tomar decisões financeiras mais inteligentes?
Gestores que querem aumentar a receita da sua instituição de ensino superior precisam ter acesso a indicadores claros. Isso inclui métricas como:
Taxa de conversão de matrícula por canal
Custo de aquisição de aluno (CAC)
Lifetime value (LTV) do aluno
Taxa de evasão e retenção
Ticket médio por curso e modalidade
A análise desses dados ajuda a entender quais cursos são mais lucrativos, onde está o gargalo da captação e como redesenhar os produtos educacionais com foco em rentabilidade.
7. A precificação dos cursos influencia diretamente a receita?
Sim, e muito.
Muitas IES ainda praticam uma precificação baseada apenas na concorrência, sem avaliar os próprios custos, diferenciais e valor percebido pelo aluno. Isso pode limitar a receita ou até gerar prejuízos.
Uma boa prática é usar precificação por valor percebido, levando em conta a proposta pedagógica, formato de entrega, empregabilidade e diferenciais da marca. Além disso, flexibilizar formas de pagamento e oferecer soluções como parcelamento inteligente ou financiamento estudantil podem aumentar significativamente a conversão.
Como preparar sua equipe para essa transformação?
A mudança começa na liderança, mas precisa ser abraçada por toda a equipe. Um erro comum é isolar as decisões de receita na área financeira ou comercial, sem integrar o pedagógico, o marketing e o atendimento.
Promova encontros interdepartamentais para analisar dados juntos, revisar os produtos educacionais e identificar oportunidades de inovação.
Conclusão: aumentar a receita da sua instituição de ensino superior é um trabalho estratégico
Mais do que uma meta financeira, aumentar a receita da sua instituição de ensino superior é um compromisso com a sustentabilidade da missão educacional. Com o uso inteligente de dados, diversificação de produtos, investimento em tecnologia e foco na experiência do aluno, sua IES pode crescer mesmo em cenários desafiadores.
E lembre-se: não se trata apenas de ganhar mais, mas de gerar valor real para alunos, professores, comunidade e parceiros.
Comments