O que sua Instituição pode estar deixando de lado no desafio de diminuir a inadimplência estudantil
- Leticia Passos
- há 21 horas
- 3 min de leitura

“Depois que a instituição capta o aluno, em média após 6 meses, a carteira chega a ter 45% de evasão. Ela gasta muito para captar e perde muito depois.” — Diogo Fonseca, COO e Co-founder na Principia.
Essa fala traduz um dilema que gestores do ensino superior conhecem bem: o enorme investimento em captação de estudantes muitas vezes não se transforma em permanência e receita sustentável. O impacto direto disso é a inadimplência, que não é apenas um problema de fluxo de caixa, mas uma barreira estratégica para o crescimento das instituições.
Neste artigo, vamos explorar — em formato de perguntas e respostas — o que sua instituição pode estar deixando de lado no desafio de diminuir a inadimplência estudantil.
Por que a inadimplência estudantil é um desafio tão grande no Brasil?
De acordo com o Mapa da Educação Superior de 2023 (Semesp), mais de 1,3 milhão de estudantes deixam seus cursos a cada ano no ensino superior brasileiro, e a inadimplência é uma das principais causas dessa evasão.
Somado a isso, dados do Banco Central mostram que cerca de 29% dos jovens entre 18 e 25 anos estavam inadimplentes em 2022. Isso significa que o problema não é apenas institucional, mas também estrutural da economia e do perfil financeiro dos alunos.
O que sua instituição pode estar ignorando ao tentar diminuir a inadimplência estudantil?
O peso do relacionamento com o alunoMuitas vezes, o foco está apenas na cobrança, quando o verdadeiro diferencial está em oferecer flexibilidade, diálogo e apoio personalizado.
O tempo de reaçãoPesquisas mostram que a probabilidade de recuperação da mensalidade cai drasticamente após 90 dias de atraso. A instituição que demora a agir perde espaço.
A experiência digitalAlunos já estão acostumados a renegociar contas pelo celular com poucos cliques. Instituições que não oferecem a mesma praticidade criam atritos desnecessários.
Como práticas de gestão financeira podem ajudar a diminuir a inadimplência estudantil?
Previsibilidade de receita: soluções de gestão inteligente garantem que a instituição receba suas mensalidades em dia, permitindo planejamento de longo prazo.
Automação de comunicação: lembretes automáticos e humanizados via WhatsApp ou e-mail reduzem atrasos sem pesar na rotina da equipe.
Flexibilidade de pagamento: planos customizados aumentam as chances de retenção dos alunos em situações de dificuldade financeira temporária.
Um estudo da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) mostrou que 42% dos estudantes que trancaram a matrícula em 2022 alegaram dificuldade financeira como principal motivo. Ou seja, flexibilidade pode ser decisiva.
O que líderes de ensino superior deveriam perguntar antes de atacar o problema?
Estamos apenas cobrando ou estamos acompanhando nossos alunos de perto?
Temos dados em tempo real sobre inadimplência, evasão e risco de atraso?
Nossos canais de pagamento e renegociação são simples, digitais e acessíveis?
O modelo financeiro atual está ajudando a diminuir a inadimplência estudantil ou apenas reagindo a ela?
Quais estratégias comprovadas existem para diminuir a inadimplência estudantil?
Gestão proativa de riscoMonitorar indicadores de atraso já nos primeiros dias. Quanto antes agir, maior a chance de sucesso.
Educação financeira do alunoInstituições que oferecem orientação simples sobre gestão de gastos aos alunos relatam maior engajamento e menor inadimplência.
Parcerias com fintechs especializadasModelos de receita garantida, já utilizados em várias universidades privadas, permitem às instituições receber 100% das mensalidades — mesmo em casos de inadimplência. Isso gera previsibilidade e reduz a evasão causada por problemas financeiros.
O que acontece quando a inadimplência cai de forma consistente?
Os ganhos são claros:
Mais fluxo de caixa para reinvestir em inovação acadêmica.
Redução da taxa de evasão, já que alunos com pagamentos flexíveis permanecem até a formatura.
Crescimento sustentável e aumento da competitividade no mercado de ensino superior.
Dados de mercado indicam que instituições que adotaram modelos de receita garantida conseguiram reduzir a inadimplência em até 80% e aumentaram a taxa de retenção em mais de 20 pontos percentuais.

Conclusão
Diminuir a inadimplência estudantil não é apenas uma questão financeira. É uma estratégia de sustentabilidade, de permanência e de confiança.
A instituição que olha além da cobrança e cria um ecossistema de apoio real ao estudante se diferencia, garante mais receita e forma mais profissionais preparados para o futuro.
Na prática, trata-se de unir inovação, flexibilidade e proximidade, afinal, “se o conhecimento não tem limites, a parceria também não pode ter”.