Pessoas, Inteligência Artificial e Tecnologia na Gestão Financeira Educacional
- Leticia Passos
- 13 de mai.
- 4 min de leitura

A palavra "inovador" tem sido usada com frequência nas instituições de ensino superior (IES), especialmente quando o assunto é gestão financeira. Mas, na prática, como alinhar pessoas, tecnologia e inteligência artificial (IA) em um cenário cada vez mais competitivo? Neste post, vamos abordar essa questão de forma direta, usando uma abordagem em perguntas e respostas, com dados reais de mercado e boas práticas para o uso da tecnologia na gestão financeira educacional.
Por que a tecnologia na gestão financeira educacional é essencial hoje?
Simples: porque o setor educacional vive um momento de transformação acelerada. Dados do Censo da Educação Superior (Inep, 2022) mostram que mais de 40% das matrículas hoje são no ensino a distância (EAD). Isso representa um novo perfil de aluno e novas exigências para as IES, inclusive na gestão financeira.
Segundo a Hoper Educação, 62% das instituições brasileiras de ensino superior relatam dificuldades em manter a saúde financeira estável. Neste cenário, o uso inteligente da tecnologia não é apenas um diferencial: é uma necessidade estratégica.
O que dizem os especialistas sobre essa relação entre pessoas, tecnologia e IA?
No webinar "Pessoas, Tecnologia e Inteligência na Gestão Financeira das IES", promovido pela Meeting Educacional, Diogo Fonseca, COO da Principia, explicou: a tecnologia na gestão financeira educacional precisa estar a serviço da estratégia, não substituí-la.
Como alinhar pessoas e tecnologia de forma eficiente?
Começa com uma mudança de cultura interna. A tecnologia sozinha não resolve. É preciso que as equipes estejam preparadas para usá-la com foco nos objetivos da instituição.
Isso inclui:
Treinar equipes para uso de ERPs educacionais e CRMs integrados;
Estabelecer fluxos automatizados de cobrança e comunicação com alunos inadimplentes;
Utilizar BI (Business Intelligence) para identificar padrões de evasão e inadimplência;
Trabalhar com dados preditivos e IA para antever riscos e oportunidades.
A Inteligência Artificial substitui o atendimento humano?
Não. E nem deve. Como bem afirmou Diogo Fonseca:
Pensando na recuperação de crédito, por exemplo, é necessário entender quanto a inteligência artificial compensa… ela permite reduzir os custos, mas o resultado que ela entrega é equivalente a um tratamento ou atendimento humano?
A resposta mais honesta é: depende. Às vezes sim, às vezes não. O ideal é unir as duas abordagens: deixar a IA cuidar da base (classificação, previsão, automatização) e manter o humano onde a empatia e a negociação são decisivas.
Quais são os principais usos da tecnologia na gestão financeira educacional?
A lista é grande, mas os mais relevantes hoje são:
Análise de inadimplência em tempo real;
Negociação automatizada com alunos inadimplentes via bots e e-mails inteligentes;
Uso de IA para prever risco de evasão com base em comportamento de pagamentos;
Integração de dados financeiros com dados acadêmicos para criar dashboards de gestão integrada;
Plataformas de billing automatizado com meios de pagamento flexíveis e recorrentes.
Como a tecnologia ajuda na escalabilidade e redução de custos?
Esse é um dos principais ganhos. Com a adoção de sistemas de IA e inovação tecnológica, é possível padronizar processos, sistemas, e acelerar execuções, escalando assim os resultados com menos esforço de time.
Diogo reforça:
Utilizar a tecnologia como ferramenta para facilitar as execuções, especialmente para reduzir custos quando se trata do crescimento e escalabilidade de empresas.
Ou seja, para crescer, é preciso padronizar e automatizar processos onde for possível. E isso só é viável com tecnologia.
A tecnologia pode ser personalizada para cada IES?
Sim, até certo ponto. Diogo destaca:
Cada IES tem sua característica, e por isso as soluções e tecnologias precisam ser o máximo possível customizadas, mas isso tem um limite imposto pelas ferramentas de tecnologia, é ai que entra o atendimento humano.
O limite está na escalabilidade. Sistemas altamente personalizados custam caro, demoram para implementar e são difíceis de manter. O melhor caminho é buscar tecnologias flexíveis, com opções de customização dentro de padrões sustentáveis.
E quanto à segurança dos dados financeiros?
Fundamental. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) exige que todas as IES adotem políticas claras de proteção de dados. Qualquer solução de tecnologia na gestão financeira educacional precisa garantir:
Criptografia de dados;
Controle de acesso por perfil de usuário;
Registro de logs de alterações e acessos;
Backup seguro e auditoria.
Qual o papel da cultura de dados nesse processo?
A tecnologia por si só é um meio. Para que ela funcione bem, é preciso que as pessoas da instituição adotem uma cultura orientada por dados. Isso significa:
Tomar decisões com base em métricas claras;
Medir indicadores financeiros como inadimplência, CAC, LTV, ROI;
Realizar reuniões periódicas com base em dashboards e relatórios atualizados.
Conclusão: qual é o "match perfeito"?
O "match perfeito", como disse Diogo Fonseca, é a junção entre pessoas e tecnologia:
Temos percebido que o ideal é a junção entre IA e ser humano, até porque as IAs são ferramentas de constante aprendizado que precisam do ser humano para continuarem a se desenvolver.
A tecnologia na gestão financeira educacional deve ser vista como um aliado estratégico das pessoas. A sensibilidade humana ainda é essencial, especialmente em um setor que lida com sonhos, trajetórias e projetos de vida.
Se você é gestor de uma IES, o caminho é claro: invista em soluções tecnológicas, sim. Mas invista também em pessoas capacitadas para usar essas ferramentas com inteligência, empatia e foco em resultados.
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